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Afeições embotadas

Como é frequente entre os homens suas afeições serem muito mais exercidas para outros assuntos e bem mais comprometidas com tais assuntos do que com a religião! Naquilo que concerne aos interesses mundanos dos seres humanos (sua honra e reputação, seus prazeres descomprometidos, as relações naturais, desejos impacientes, apetites vorazes, amor cálido e apaixonado, seu zelo ardente), o coração deles é sensível, emocionável, impressionável, muito interessado, cheio de sentimentos e fortemente dedicado; abate-se com a dor das perdas profanas e muito se eleva com a alegria das realizações e prosperidade terrenas.

Quão insensível e indiferente, porém, é a maioria dos homens acerca das coisas grandiosas de outro mundo! Como são embotadas suas afeições! Que pesado e duro é o coração deles nessas questões! Nisso, o amor deles é frio, seus desejos, apáticos, o zelo é vil e a gratidão, mínima.

Como podem se assentar e ouvir comodamente sobre a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Deus em Cristo Jesus; sobre o Pai oferecendo o Filho incomensuravelmente amado em sacrifício pelo pecado dos homens; sobre o amor ímpar do inocente, santo e terno Cordeiro de Deus manifestado na sua angústia de morte, no suor de sangue, nos brados pungentes e no coração partido – tudo isso em favor de inimigos, para os redimir da merecida chama eterna e conduzir à alegria e glória inefável e sempiterna?

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