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A verdadeira compaixão

Se um crente professo manifesta na conduta um espírito de compaixão e ternura para com as vítimas de calamidades, se está pronto a carregar os fardos dos sofredores, disposto a gastar de seus bens com eles e preparado para sofrer inconveniências em relação a seus interesses mundanos a fim de promover o bem da alma e do corpo de outros, não será essa uma manifestação mais crível de espírito de amor pelos semelhantes do que as simples palavras de alguém que fala do amor que sentiu pelos outros em tal ou tal momento, que sentiu pena da alma dessas pessoas, que sua própria alma sofreu por elas e sentiu amor e misericórdia por seus inimigos, mas que na conduta demonstra espírito egoísta, é avarento e mesquinho, pensa somente em si e nem um pouco no próximo e, quem sabe, até seja invejoso e dado a brigas?

Num momento de forte afeição, é possível que alguém se imagine disposto a atitudes grandiosas, a fazer e sofrer muito, e talvez professe confiada e veementemente essa suposta disposição, quando na realidade tem o coração distante dessas intenções. As afeições passageiras facilmente produzem palavras, e falar é fácil; é bem mais fácil fingir piedade com palavras do que com atos. A prática cristã é difícil e trabalhosa. A abnegação exigida dos cristãos e a estreiteza do caminho que conduz à vida não consistem em palavras, mas em prática de vida. É muito mais fácil para os hipócritas falar como os santos do que agir como eles.

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