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Fuja do Pentecostalismo – Parte 12

fuja do pentecostalismo parte 12Hoje, na décima segunda parte da série Fuja do Pentecostalismo, veremos um pouco mais a respeito da história e dos principais problemas do movimento pentecostal.

O texto (dividido em duas partes) é do professor Herman C. Hanko, traduzido por Felipe Sabino de Araújo Neto.

REAVIVAMENTO DA RUA AZUSA E PENTECOSTALISMO (PARTE 1)

INTRODUÇÃO

Embora o Movimento Pentecostal seja de origem bem recente, a heresia que o movimento promove tem precedentes antigos. Salomão usa como tema em Eclesiastes o provérbio: “Nada há de novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1:9). Essa verdade também se aplica ao Pentecostalismo.

Na igreja primitiva surgiu o erro do Montanismo, que, embora não seja semelhante ao erro de hoje em todos os aspectos, foi todavia um predecessor do Pentecostalismo. Os montanistas foram seguidos por seitas místicas de todos os tipos que apareceram por toda a Idade Média, quando a igreja foi escravizada pelo Catolicismo Romano. Mesmos os reformadores não ficaram livres do erro irritante dos anabatistas, que, em sua teologia, se assemelhavam aos pentecostais de muitas formas.

Todavia, nenhuma dessas várias seitas era totalmente parecida com o Pentecostalismo moderno. Talvez uma das principais características distinguidoras do Pentecostalismo de hoje é sua natureza ecumênica. Quase sempre, quer tolerados na igreja (como foram as seitas místicas da Idade Média) ou declarados como sendo sectários e heréticos (como era verdade dos montanistas e anabatistas), esses grupos estavam separados da igreja. Hoje o movimento é mais como um espírito amorfo que entrou na religião de muitas pessoas. O movimento não está organizado em corpos eclesiásticos, mas se infiltrou em quase toda denominação. E é para a vergonha dessas denominações, algumas das quais alegam ser reformadas, que elas abrigam em seu meio e dão aprovação tácita, se não oficial, a um erro mortal.

O Pentecostalismo é uma ameaça grave à igreja e será a morte dela, a menos que seja erradicado.

A HISTÓRIA DO PENTECOSTALISMO

Após a Guerra Civil (1861-1865) as igrejas na América emergiram dessa luta gigantesca numa forma muito diferente daquela dos dias da “religião de fronteira”. A diferença era principalmente em mais controle organizacional e eclesiástico da vida da igreja, mais religião formal e orientação intelectual. Antes da Guerra Civil, a religião de fronteira era livre de quaisquer restrições organizacionais, era mais emotiva do que intelectual, e não tinha nenhum credo básico definido. Após a guerra, isso mudou. E foi em resposta ao que muitos chamam de morte e frieza dessas igrejas pós-guerra que o “Movimento de Santidade” surgiu, que colocava sua ênfase na experiência interior da religião, santificação e proximidade de Deus.

No começo dos anos 1900, Charles Fox Parham, um professor do Bethel Bible College em Topeka, Kansas, tornou-se crescentemente insatisfeito com a frieza e formalidade das igrejas da região. Ponderando sobre o assunto, Parham chegou à conclusão que o problema residia no fato que as igrejas tinham se afastado da simplicidade e fervor religioso da igreja primitiva em Jerusalém. Consequentemente, ele começou a ensinar pessoas e ministros a orarem por um retorno do Espírito e uma renovação da bênção pentecostal.

Uma mulher por nome Agnes N. Ozman, estudante de Parham, alegou que em 1 de Janeiro de 1901 recebeu o batismo do Espírito Santo e começou a falar em línguas.

Parham e seus discípulos, encorajados por essa resposta evidente às suas orações, começaram, em 1905, a pregar a nova descoberta deles por todo o sudoeste dos Estados Unidos. Eles logo conquistaram uma grande multidão e começaram a formar grupos de pessoas com ideias afins para orar por renovação divina. No centro do distrito industrial de Los Angeles, Califórnia, havia uma pequena igreja de tábuas na qual os metodistas uma vez fizeram os seus cultos. Estava localizada na Rua Azusa, 312, e chamava-se Missão Evangélica da Fé Apostólica (Apostolic Faith Gospel Mission). Era liderada por um negro (que tinha só um olho) por nome William Seymour. Ele era um antigo pregador do Movimento de Santidade, que tinha sido influenciado por Parham. Numa reunião pública em 1906, o Pentecostalismo como uma religião nacional e mesmo internacional começou. O grupo que adorava na Rua Azusa experimentou um derramamento do Espírito que foi uma repetição, assim foi alegado, de Pentecoste. As pessoas sobre quem o Espírito veio começaram a falar em línguas.

A igreja ministrava a toda classe e raça de pessoas, e logo se tornou uma Meca para pessoas de todo o país. Essas pessoas, participando do derramamento especial do Espírito na casa de reunião da Rua Azusa, foram para as suas casas espalhando a palavra de que outro Pentecoste tinha finalmente chegado. O movimento espalhou-se rapidamente, e cresceu em grandes passos. Era o princípio do Pentecostalismo.

SEU CARÁTER

O Pentecostalismo não é uma denominação, nem um grupo organizado de igrejas com uma confissão e administração comum. Ele sempre foi (e ainda é) um movimento.

Isso não significa que não existam igrejas que se tornaram totalmente pentecostais em sua doutrina e vida eclesiástica. As denominações mais conhecidas são as seguintes: a Igreja de Deus, com sua ênfase sobre a santidade, e que é provavelmente a única igreja que pratica a lavagem de pés; as Assembléias de Deus; a Igreja de Deus em Cristo; a Igreja Pentecostal da Santidade; a Igreja Pentecostal de Deus na América; a Igreja Pentecostal Unida; e a Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular, da qual Aimee Semple McPherson foi a fundadora.

Mas o Pentecostalismo lembra mais um movimento com algumas características comuns, embora na prática grandes diferenças existam entre grupos diferentes. Em outras palavras, ele é um movimento que se infiltrou em muitas denominações, e embora essas denominações difiram radicalmente entre si na doutrina, história, adoração e governo de igreja, elas são, quase sem exceção, abertas à presença do Pentecostalismo em seu meio. De católicos romanos à denominações reformadas e presbiterianas, as igrejas da Reforma têm visto esse movimento favoravelmente.

Parece que a força mais poderosa levando ao ecumenismo e a união de todas as igrejas numa única super-igreja é o movimento pentecostal.

O movimento é conhecido por diferentes nomes. Alguns dos mais conhecidos são: Movimento da Rua Azusa, Movimento Carismático (tomado do fato que os dons do Espírito mencionados por Paulo em 1 Coríntios 12 são chamados de charismata), Movimento da Segunda Bênção, e Movimento do Batismo do Espírito.

O Pentecostalismo é extremamente apelativo aos membros de igreja de hoje. Seu apelo é também o seu engano. Quando a igreja, como é manifesta no mundo, perde o poder da pregação viva da Palavra, ela incorre numa dívida que tem de ser paga de alguma forma. A dívida é incorrida pela perda de uma fé viva nos membros e pelos cultos de adoração que são formais, frios, sem vida e insatisfatórios. Existe um vácuo criado na vida das pessoas, o qual quase tudo que é apelativo pode preencher como um vento poderoso. O vácuo deixado pela pregação tediosa e sem vida foi preenchido pelos tempestuosos ventos do Movimento Pentecostal. A dívida foi paga pelos carismáticos.

Coloque nisso a realidade da vida na América do século vinte, na qual as pessoas começaram a enfatizar mais e mais a necessidade de sentir-se bem. Sob a liderança de pregadores poderosos que falavam sobre auto-imagem positiva, sentir-se bem consigo mesmo, o poder do pensamento positivo, etc., um “evangelho sinta-se bem” era mais e mais atrativo para pessoas que achavam muito difícil pensar um pouco e que eram muito preguiçosas intelectualmente para dominar até mesmo os rudimentos da fé cristã.

Fonte: Monergismo
Fonte original: The Standard Bearer, Volume 83, Issue 3, Novembro de 2006.

Continua no próximo artigo da série Fuja do Pentecostalismo.

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